Diariamente construimos nossa imagem ao acordar para um novo dia. Diariamente seguimos nossos rituais de enfeitamento para vivenciar as experiências que nos aguardam porta fora de nosso conforto. Diariamente travamos uma luta com nosso interior para saber qual de nossos lados nos comandará pelas próximas horas,  seremos bem ou seremos mau? Diariamente escolhemos sem nos dar conta sobre as futuras consequências de nossas escolhas, mas o excesso de pão com manteiga hoje será o motivo para um infarto do miocárdio amanhã. Diariamente exercemos o poder de juiz que cada um tem: condenamos nossas ações, prendemos nossos desejos e soltamos nossa imaginação. Diariamente tudo morre e nasce diante dos nossos olhos porém estamos tão ocupados vendados pelo nosso egoísmo que não nos damos conta de que há vida fora de nossos planetas. Diariamente lidamos com as negações,  sempre dizemos não mas ao menor  sinal de que iremos ouví-lo tapamos os ouvidos. Diariamente absorvemos tanto de tudo que quando o essencial aparece e precisa ser ingerido já não temos espaço para mais nada. Diariamente colocamos máscaras certos de que é momentâneo contudo apenas no final do fim da última hora do dia a tiramos e vemos que nunca fomos nós mesmos durante aquelas 24 horas. Diariamente tão pouco da disgraça nos atinge ao passo que nos tornamos insensível a  ela. Diariamente nada nos surpreende porque tudo ocorre tão rápido. Diariamente nós partimos corações na tentativa de vingar nosso coração despedaçado. Diariamente como em um círculo viscioso repetimos nossas ações com a promessa de que em um outro momento vamos mudar, mudar para melhor é claro. Diariamente, constantemente, frequentemente, rotineiramente. Podemos trocar o adjetivo mas isso nunca mudará quem nós somos quando a luz se apaga. Diariamente nos deitamos em busca de um sonho para esquecer nossos pesadelos.

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